Os chips Intel são produzidos com tecnologia de 130 nm (mínima distância entre duas raias litografadas), ainda que exista projeto para chips com tecnologia de 90 nm com maior densidade de elementos.

Na tecnologia hyper threading, um processador físico passa a valer a dois processadores lógicos e o desempenho total melhora. O segredo reside no aproveitamento de intervalos que surgem nos ciclos de funcionamento do microprocessador ao lidar com números inteiros, ponto flutuante e alocação de memória.

Igualmente contribuem para o desempenho do processador Pentium 4HT: memória rápida (cache) de 512 Kbytes, barramento FSB (front side bus) a 800 MHz, conjunto de instruções (chip sets) i865 e i875, microarquitetura Net Burst (que irá permitir upgrades até 10 MHz) e memória de duplo canal DDR/400. O Pentium 4 vem em velocidades de 2,4/2,8/3 e 2/3.6 GHz, bem mais altas que os 452 MHz do Pentium 2, e o 1.4 GHZ do Pentium 3.

Para telecomunicações, a Intel oferece o Manitoba, com arquitetura XScale e preparado para celulares GPRS (GSM). Já o Centrino, utilizado em notebooks em rede sem fio Wi-Fi (padrão IEEE 2.11.B), é a soma de um Pentium M, chipset e rede sem fio Calypso (Wi-Fi, padrão IEEE 2.11.B). A Intel também produz memórias flash (equivalem a disco rígido) de 8 a 128 MB para aparelhos celulares.

A empresa da mesma forma lançou o chip Intel Xeon, de 3.06 GHz e 1 MB de memória cache adicional, para servidores desktop, como os da integradora brasileira Sinco, que se orgulha do título Premier Provider Intel.

– Itautec, Metron e Semp/Toshiba, com produção acima de 20 mil peças/mês, não são consideradas integradoras e sim O&M. Dentre mais de 100 mil integradoras mundiais, destacam-se apenas cerca de 500 como Premier Provider – afirmou Ralph Vils, da Sinco Systems, empresa carioca fundada em 1982.

Ao falar do Xeon, de 3.06 GHz, o executivo lembrou a conhecida curva de vida dos mercados que "nasce com os inovadores e visionários, suplanta o abismo da tecnologia e culmina com os pragmáticos, para decrescer com os conservadores e morrer com os céticos".

Intel

A Intel nasceu da dissidência, há 35 anos, de três funcionários da Fairchild, empresa norte-americana de semicondutores. Hoje, ela é sinônimo da produção de chips microprocessadores para uso geral – o coração dos computadores –, ostentando um faturamento anual na faixa de US$ 30 bilhões.

A Intel possui 74 mil funcionários – 160 na América Latina –, dos quais 60 mil (80%) em atividades de P&D e de fabricação. Em sua cadeia de valores, ela mantém no mundo 47 laboratórios, inclusive de projetos de chips e de software, oito fábricas de wafers e 10 instalações de backend.

Denomina-se wafer a um grande biscoito de silício onde processos litográficos e de deposição alteram sua superfície, para formar milhares de circuitos semicondutores integrados. Um wafer pode conter dezenas de microprocessadores completos, que instalações de backend transformam em chips (pedacinhos) prontos para uso, numa operação de corte e de encapsulamento.

Uma nova instalação de wafers requer investimentos da ordem de US$ 8 bilhões e a de backend, US$ 2 bilhões. As fundições de wafer da Intel estão nos EUA, Europa e em Israel, "em lugares com alta densidade de PhDs", disse Paulo Cunha, gerente-geral da Intel, no Brasil. Costa Rica ganhou recentemente uma instalação de backend da Intel, disputada também pelo Brasil.

– Além da fundição de chips, a Intel oferece mother boards (placas montadas), chipsets (instruções), software (compiladores), serviços e blue prints (soluções) – ensinou Fidel Rios, engenheiro da Intel. A divisão Venture Capital da Intel financia empresas integradoras e outras parceiras.

João Carlos Pinheiro da Fonseca
em 25 de Julho de 2003