Cuidado, seu Pentium II pode ser na verdade um Celeron
26/05/98

Por serem os processadores mais populares do mercado, os chips da Intel sempre andaram na mira de falsificadores. No mês passado, em Taiwan, foi apreendido um lote de chips PII piratas no valor de US$ 3 milhões. Depois, foi a vez da revista alemã CT apontar casos de processadores Pentium II adulterados. A (má) novidade, agora, é que tem gente utilizando um artifício técnico para fazer o modesto Celeron se passar por Pentium II aos olhos de consumidores desavisados.

"Como o Celeron é um processador PII de baixo desempenho, ele pode ser detectado erroneamente por motherboards FX, LX ou BX como Pentium II. Quem identifica o chip corretamente é a BIOS. Por causa disso, integradores pouco idôneos podem simplesmente "esquecer de atualizar a BIOS", fazendo com que máquinas Celeron sejam identificadas Pentium II", explica Ralph Vils, colaborador da revista PC World Brasil e Diretor da SINCO-Sistemas. O problema é que a diferença de performance é substancial, já que o desempenho de um Celeron 266 MHz está mais para MMX do que para Pentium II.

De acordo com Luis Guisasola, diretor de marketing para a América Latina da Intel, esse problema não é novo. "Desde a época do 486 isso já acontecia", explica Guisasola. "E falsificar BIOS é possível em processadores de qualquer marca", completa.

Segundo Vils, a única chance de saber se o micro é um legítimo Pentium II é verificar o índice de performance iComp da CPU ou, se for permitido, abrir o micro e olhar o processador de perto: o Celeron não possui acabamento externo, deixando aparente uma placa de circuito impresso, e o Pentium II é todo blindado por um encapsulamento preto.

Guisasola diz que a melhor maneira de evitar problemas quanto à procedência do processador é recorrer a empresas que ofereçam garantia e tenham tradição no mercado. "Tendo qualquer dúvida, o usuário deve falar com o fabricante do micro e, se por acaso a empresa não solucionar a questão, entrar em contato com a Intel", completa.