Intel anuncia lançamento do chip P4 Extreme Edition Sem fazer muito barulho, a Intel anunciou na segunda-feira (3/11) seu novo processador Pentium 4 with Hyperthreading Technology, Extreme Edition (ou simplesmente P4 EE), um chip de alto desempenho especialmente voltado para o mercado de entusiastas de jogos. Anunciado em meados de setembro, na última edição do Intel Developer Forum, o P4 EE é um processador de 3,2 GHz equipado com um cache adicional (L3) de 2 MB, recurso que não existe nas atuais versões para desktop equipados apenas com 512 KB de cache L2. A idéia de implementar uma terceira área de memória cache para melhorar o desempenho de um processador para desktop não é nova, sendo usado pela primeira vez no processador K6-III da AMD, um chip que, por sinal, não fez muito sucesso devido ao fato dele ter ficado abaixo do Pentium III em desempenho, principalmente em cálculos de ponto flutuante, um problema somente solucionado com o lançamento dos primeiros Athlon. Na teoria, espera-se que o ganho de desempenho do P4 EE seja em torno de 15% a 20% sobre os sistemas baseados nos atuais processadores P4 de 3,2 GHz quando utilizado com aplicações que saibam tirar proveito desses recursos, como edição de vídeo e jogos. Como era de se esperar, a Intel quer colocar o P4 EE no topo da cadeia dos processadores para desktops, de modo que seu preço é condizente com tal posicionamento. O preço sugerido (para lotes de mil peças) ficou em US$ 925 nos EUA. A estratégia de lançamento do P4 EE no Brasil se concentrará inicialmente no segmento de integradores, sendo que vários IPPs (Intel Premier Providers) se encarregarão de apresentar o produto para seus parceiros em suas áreas de atuação durante as próximas semanas. Entre eles estão a Hard Company, em São Paulo, a Preview, na Bahia, a Infoport, em Minas Gerais, e a Sinco Sistemas, no Rio de Janeiro. Este último por sinal, já aceita encomendas do novo chip em seu site por R$ 4.675,20 cada, com previsão de entrega a partir do dia 17 de novembro. Segundo Ralph Vils, diretor-geral da Sinco Sistemas, apesar do novo processador P4 EE ser compatível com os atuais processadores P4, o regulador de voltagem das atuais placas-mãe precisaram ser atualizadas para se adequar às características elétricas do novo chip (FMB 1.0 para 1.5), assim como uma atualização de BIOS correta para reconhecer o cache L3. Desse modo, ele recomenda que o usuário verifique se sua placa-mãe é realmente compatível com o P4 EE antes de adquirir um. Vils observa que essas placas ainda são relativamente raras no mercado, já que elas começaram a ser produzidas na Costa Rica em meados do mês passado, o que deve levar algum tempo para chegar ao mercado local. Como exemplo, ele cita a placa-mãe Intel D875PBZ cujos três últimos dígitos de seu P/N (Part Number), passou de 205 para 206 após a atualização. Com relação ao custo do processador, o executivo da Sinco defende a idéia de que as pessoas compram computadores e não chips, de modo que a relação custo x benefício de um PC deve ser visto como um todo e não apenas pelo custo de um único componente. Ele entende que uma pessoa disposta a adquirir um equipamento de ponta, não investiria somente num processador topo de linha, mas também num disco, placa-mãe, placa de vídeo e memória (tanto em quantidade quanto qualidade) de última geração. Desse modo, o preço do processador não fará muita diferença no preço final do produto. Se levarmos em consideração um desktop topo de linha da própria Sinco equipado com um P4 convencional de 3,2 GHz, a troca pelo novo P4 EE elevaria o preço do equipamento em torno de R$ 2.624, um aumento em torno de 25% sobre o preço final do produto com um ganho significativo de desempenho. Para Vils, isso é como regatear na motorização ou nos opcionais na hora de comprar um carro de luxo, ou seja, o que são 5 mil ou 10 mil reais para alguém disposto a gastar 40 ou 50 mil num carro novo? Mário Nagano 04/11/2003 Leia a Matéria no site do Computerworld Online: http://www.computerworld.com.br/AdPortalV3/adCmsDocumentoShow.aspx?Documento=26621