Apesar do reconhecimento mundial da marca, da admiração de uma legião de seguidores e dos incontestáveis sucessos comerciais - como os iMacs, MacBook Pro, MacBook Air e, sobretudo, o iPhone - o fabricante não conseguiu replicar esse sucesso no segmento de servidores.
Há muito tempo defendemos que o segmento de servidores deve ser atendido por especialistas.
O fato de uma indústria como a Apple ter saído do mercado demonstra que os fabricantes sem foco nesse segmento estão fadados a abandoná-lo e, uma vez abandonando o mercado, seus usuários serão abandonados também!
Servidores tem um ciclo de vida mais longo que um tablet ou notebook!
Em geral servidores são equipamentos com amortização prevista para 36 meses e, muito frequentemente, alongada para 60 meses. Todavia, não são raros os casos onde um servidor continua operando, mesmo após 5 anos de vida.
Nesse segmento, com um ciclo de vida mais longo, usuários de servidores precisam contar com peças de reposição, itens para upgrade, controladoras, placas de expansão etc.
Se o fabricante descontinua um produto, só é obrigado a ter inventário de peças por 30 dias!
Falta especialização...
Percebemos diariamente que a grande maioria dos fabricantes e integradores estão "mirando em qualquer coisa que se mexa". Independente do porte, tempo de mercado ou renome, é difícil acreditarmos que uma empresa que forneça de tudo seja especialista em algo.
Muitos usuários mencionam algumas multinacionais como marcas "especializadas" em servidores. Será que esses usuários sabem quanto o segmento de servidores representa no faturamento dessas empresas?
É difícil acreditar que um segmento que represente menos de 2% do faturamento de uma empresa seja tratado como "estratégico" ou "foco" pelos tomadores de decisão.
E, quanto mais esses fabricantes investem em propagandas de notebooks e desktops nas maiores emissoras e jornais do país, mais esses departamentos crescem e MENOS o segmento de servidores representa na receita dessas empresas.
Mais cedo ou mais tarde o usuário vê a marca descontinuar a divisão de servidores e focar nos itens de consumo, posto que são um excelente mercado no Brasil.
A cadeia de "restaurantes" que mais vende carne no Brasil é daquela lanchonete americana que começa com "Mc" (sim, eles são classificados como restaurantes).
O fato de uma empresa ser líder em volume significa que ela seja especialista?
Será que o fast-food com o maior volume de carne do país pode ser comparado a um especialista de carnes?
Aquele restaurante argentino excepcional que funciona há décadas na sua cidade deveria ser comparado a essa lanchonete? Eles entregam carnes com o mesmo nível de conhecimento do assunto?
Ou aquela rede de churrascarias reconhecida em todo o Brasil (e com filiais nos EUA) não chega a uma fração tímida do volume de carnes processado pela rede de fast-food. Deveríamos desqualificar a churrascaria porque ela não tem volume?
Pois é isso que vem acontecendo no mercado de servidores... Grandes fast-foods estão apregoando pelo mercado que seus volumes são enormes e, por isso, são especialistas!
Muitos usuários, por não entenderem que a indústria está falando de volumes totais - e não de volumes segmentados em servidores - acabam acreditando que uma divisão que responde por menos de 2% do faturamento de uma empresa possa ser foco estratégico para qualificação, desenvolvimento, inventário, prioridade fabril, etc...
Vale a pena ler: Ter servidores para entrega imediata é o mínimo que se pode esperar de uma empresa especializada em servidores.
Apple Xserve - Wikipédia
Busca por xserve no site da Apple
Página de suporte da linha Xserve (Apple)
Como assim, "poucos usuários chegaram a conhecer"?
ResponderExcluirOs Xserve foram vendidos em grande quantidade, a Apple ainda os mantém na forma de produto legado. Quando descontinuados não faltou peça de reposição nem suporte que ainda é prestado e mantido eficientemente, o End of Life após anuncio que as vendas do produto parariam deixou tempo de sobra pras equipes se programarem.
Os usuários, consumidores, não deixaram de conhecer. A questão é que o Xserve tal qual um Mac tradicional, é feito para rodar em Mac OS X, no caso, Mac OS X Server. Ou seja não é um servidor de propósito geral que vai rodar Linux, Windows Server, BSD ou XYZ; só vai rodar Mac OS X Server.
Dessa forma é natural que nunca tenha tido a visibilidade de servidores Dell, IBM, Supermicro ou Intel comercializados pela Sinco.
Mas afirmar que poucos usuários chegaram a conhecer é uma afirmativa de quem conhece pouco o mercado. Mesmo aqui no Rio de Janeiro, do lado da própria Sinco, existem agências de publicidade no Centro onde presto serviço que tem de 2 a 8 (sim, 8) Xserve com Xsan. As operações de TV de alguns canais, inclusive Globo, tem Xserve a rodo. Outro lugar onde você encontra pilhas de Xserve é na Rede Record, em SP, RJ e até BH.
ResponderExcluirO fato é, a popularização dos Xserve era diretamente associada a popularização ou demanda de ambiente servidor em plataforma Apple (Mac OS X Server), então os usuários que não tiveram contato com XServe não são tipicos consumidores dessa plataforma.
Se voce vai pra publicidade, marketing, propaganda, TV, agências, é mais comum. Bem mais.
São nichos, portanto, que o Xserve atendia, diferente de outros tipos de servidores proposito geral, customizáveis para qualquer ambiente, de Open Source a Windows.
A Sinco nunca vendeu um servidor para colocar Mac OS X. Ao contrário, os consumidores típicos da Sinco não são de plataforma Apple. Mas isso não diminui o reconhecimento da plataforma servidora Xserve, apenas alinha com a demanda de mercado Apple, especialmente baixa no Brasil, mas não é por desmérito do produto ou falta de capacidade da Apple em atender um segmento específico de mercado.
Alias a estratégia da Apple foi de maximização de lucros, tirou o Xserve da praça substituindo-o por edições especiais para servidores do Mac Pro, em torre, é verdade, pouco amigável pra um ambiente Data Center que preferirá rack mount, mas a DELL sabe bem que plataforma servidora em torre pode não ser ideal em qualquer DC mas não é amplamente refutada.
Pra quem prefere Rack Mount a Apple oficialmente recomenda uma solução da MCE Tech específica para colocar todos os componentes do Mac Pro em gabinete para rack, 2U e 4U dependendo da demanda de disco.
Ou seja a Apple desistiu sim do Xserve, mas não do mercado, alias ela padronizou sua venda em uma plataforma com boa saída (Mac Pro) e uma de nicho (servidores). Bom pra ela... mas pra nós bom também ja que o custo baixou na casa de 30%.
Para ambiente de alto processamento inclusive, a estratégia Apple é outra.
Com 4 Mac Mini Servers consegue-se, até o dobro d poder de processamento e memória de uma plataforma servidora baseada em Xserve, quando se fala de custo direto de aquisição. No entanto ocupa-se metade do espaço físico e consome-se menos da metade da energia elétrica da plataforma high end.
Associando essa solução a opção de clusterização em Grid implementada pelo Xgrid, conseguimos enxergar o ambiente como 1 unico computador de grande porte, quando são 4 Mac Mini Servers.
Ou seja pra ambiente multithread e multijob (90% das aplicações hoje), a estratégia, parecida com a que o Google adota em seus servidores (que não é baseada em Apple mas sim commoditie hardware, mas prova-se mais que funcional) você tem um custo menor de aquisição, favorecendo o prazo de ROI e melhorando o TCO geral da solução.
Além de ser amigável com o meio ambiente, gerar menos impacto ambiental, e principalmente pro gestor da infra-estrutura, permitir a escalabilidade de forma plena, com base em crescimento horizontal da solução onde os upgrades acontecem com adição de novos Mini Servers ao cluster, ao custo de uma tomada e um ponto de rede a mais no switch gigabit.
Alguns anos a frente do que "a maioria dos usuários" tenham visto hoje, mas plenamente funcional, econômico, confiável e pronto. Inclusive uma boa parte das matérias que nós assistimos na TV todo almoço, são acabadas num ambiente desses.
A Apple não saiu do mercado de servidores, apenas mudou sua estratégia para estar presente nele. O OS X Lion Server evoluiu consideravelmente o que tinhamos antes mostrando a seriedade com que a empresa trata esse mercado.
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Joao Vitor Souza
TV Globo, Rio
Caro João Vitor ;
ResponderExcluirAgradecemos muito seus comentários. Muito ricos e bem estruturados. Obrigado!
Gostaríamos de defendermos os motivos que nos levaram a desenhar essa postagem.
Quando mencionamos a linha Xserve como uma marca pouco conhecida no segmento de servidores usamos como referência o fato da marca APPLE deter mais que 10% do mercado de PCs americano (fatia semelhante a outros 2 fabricantes e cerca da metade da fatia dos 2 maiores fabricantes).
Dessa maneira, se a linha de servidores tivesse sido um sucesso estratégico, esse share poderia estar proporcional no segmento de servidores. Não é o caso, a linha de servidores não chega a 1 dígito de share (mesmo que seus PCs/Notes sejam 10% do volume comercializado).
Outra razão para mencionarmos que "poucos usuários chegaram a conhecer" essa linha de produtos vem do fato de que a Apple goza de uma legião de fãs e sabe - como ninguém - obter visibilidade em mídia espontânea.
Qualquer usuário de smartphones Android ou Windows sabe o que é um iPhone, mesmo não sendo usuário desse produto.
Uma enorme parcela (acreditamos em 100%) de usuários de "notebooks ultra finos" sabe o que é um MacBook Air, mesmo que não seja usuário de um.
Ou seja, a atuação em foco nichado (que nós batemos palmas e reconhecemos como muito inteligente) não é, necessariamente, um motivo para o fato dessa linha não ter ganho notoriedade.
O foco no OS X Lion Server é tremendamente inteligente e também batemos palmas!
O reconhecimento da marca nesse segmento é indiscutível e, oferecendo o sistema operacional como seu verdadeiro produto, a marca segue fiel a uma história de sucesso.
Mais uma vez, obrigado pelo seu comentário!
[]´s Equipe Sinco